Foi inaugurada ontem 4 dezembro 2021, a estátua em homenagem à cavaleira de Samora Correia, Maria-Mil Homens da autoria do artista alentejano António Charneca. A memória da cavaleira será perpetuada para sempre, mostrando a quem visita a cidade e o município, a importância das tradições e a coragem de uma mulher que, nos anos 50, não teve dúvidas em concretizar o seu sonho com coragem e venceu.
Na cerimónia estiveram presentes família e admiradores da cavaleira, autarcas, cavaleira Sónia Matias, entre outras figuras ligadas à tauromaquia nacional e, essencialmente, Samorenses, pois foi de sua vontade e empenho a realização desta bonita homenagem, com o total apoio da Câmara Municipal de Benavente.
A estátua pode ser visitada no Jardim da Lezíria, em Samora Correia.
Entrevistas
Presidente da Câmara Municipal, Carlos Coutinho
Sónia Matias, cavaleira tauromáquica
António Charneca, escultor
Maurício do Vale, comentador tauromáquico
Laura Mascarenhas, filha de Maria Mil Homens
João Fernandes, neto da cavaleira de Samora Correia
Galeria
Sobre Maria Mil-Homens
Maria d´Oliveira Chaparro, conhecida como Maria Mil-Homens, nasceu em Samora Correia em 3 de dezembro de 1928. Desde tenra idade que a menina de cabelo negro e de olhos curiosos demonstrava um gosto particular pelo campo, pela liberdade proporcionada pelo ar livre e adorava acompanhar o seu avô, João Francisco Mil Homens, nas atividades com os cavalos e com o gado numa fazenda da Companhia das Lezírias, onde o avô era arrendatário.
A carreira de Maria Mil-Homens
Maria Mil-Homens apresentou-se em público pela primeira vez aos 20 anos de idade, na Praça de Algés. Surpreendeu e recebeu uma grande ovação. Desde logo angaria tal visibilidade que passa a ser convidada de honra em inúmeras festas tradicionais e tentas, enchendo as praças portuguesas por onde passava, toureando em quase todas elas, desde Vila Franca a Évora, de Beja a Espinho e, claro, no Campo Pequeno, a arena mais almejada. Todos queriam ver a cavaleira de Samora Correia que seguia a par com António José de Oliveira, nome maior da tauromaquia nacional.
O sucesso da elegante e talentosa toureira passa fronteiras. Em 1951 surge o convite de Angola para a participação de Maria Mil-Homens em alguns espetáculos taurinos, e o que estava previsto durar umas semanas, acabou por se transformar em 5 meses, com atuações agendadas em Luanda, Lobito e Benguela. Os aficionados da colónia Africana renderam-se à arte de Maria, com momentos de toureio a cavalo efetuados com inteligência, técnica e extremamente garbosos.
Esta tournée foi um êxito, conquistou o público, que lhe dedicou sucessivas ovações.
A Cavaleira de Samora Correia teve uma curta carreira nos anos 50 (entre 1948 e 1952), mas foi intensa e funcionou na sua vida como a concretização de um sonho.
Se, por um lado, teve uma carreira curta, por outro, é um orgulho a concidadã de Samora Correia ter tido a coragem de viver o seu sonho naquela época, com a arte que aprendeu e tão bem demonstrava.
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