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PATRIMÓNIO

Património Arqueológico

Atalaia de Belmonte

A Atalaia de Belmonte integrava, em pleno século XII, o termo de Palmela, representando o seu ponto estratégico mais avançado a Noroeste e definindo os limites com Coruche, através da Ribeira de Canha ou de Santo Estevão. A individualização de Benavente, promovida pela Ordem Militar de Évora, que se concretiza na doação da Carta de Foral em 1200, provoca o desmembramento desta do Castelo de Coruche, passando a Ribeira a delimitar os termos de Palmela e Benavente. Construído antes de 1207, segundo documentação conhecida, o “Castelo de Belmonte” constitui um elemento essencial na consolidação e posse das terras marginais do Baixo Tejo, reconquistadas pelos cristãos. Enquanto comenda da Ordem Militar de Santiago, vinculada a Palmela, Belmonte adquiriu alguma projecção sob o ponto de vista militar, eclesiástico e administrativo.

O surgimento de um núcleo urbano, mais a Norte, denominado Samora Correia, com Foral datado de 1512, conduziu ao abandono quase sistemático deste local. O Baluarte de Belmonte era uma construção tosca, constituída por um Fortim redondo, casas baixas para o pessoal serviçal, uma casa apalaçada para o comendador, uma igreja e um túnel para o rio. Actualmente, em ruínas, foi a sede da primeira paróquia, tendo como padroeiro São João Baptista. A fortificação medieval de Belmonte exibe características de construção invulgares, que demonstram a utilização exclusiva da matéria prima disponível na região, os seixos rolados. A estrutura é composta por enormes calhaus rolados toscamente argamassados que definem uma torre bastante sólida.

Garrocheira

Situada na margem direita do Rio Sorraia, em local outrora bordejado pelo “rio velho”, encontramos a olaria romana da Garrocheira, constituída por uma bateria de dois fornos destinados á produção de ânforas, cujo período de laboração, segundo a tipologia das cerâmicas, aponta para os séculos III e IV d.C..

A localização destes fornos, numa zona navegável e de fácil acesso fluvial, imprimiu á época alguma projecção regional, tanto mais que parece provável a sua relação com estruturas semelhantes, situadas na Quinta do Rouxinol (Seixal), em Porto dos Cacos (Alcochete) e, naturalmente, com as fábricas de salga e conservas de peixe de Lisboa, Almada e Setúbal.