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PATRIMÓNIO CULTURAL E ARQUITETÓNICO

História e Identidade

História

Benavente, um município que conta com mais de 800 anos de história.

Fique a conhecer melhor as nossas freguesias:

Terramoto de 1909

O sismo de 23 de Abril de 1909, é considerado o mais devastador em Portugal continental no século XX, destruindo quase por completo os aglomerados de Benavente, Samora Correia e Santo Estêvão.

Com uma magnitude estimada de 6,7 graus na escala de Richter, o sismo de Abril de 1909 provocou no concelho de Benavente cerca de 40 mortos e 70 feridos, balanço que só não foi mais dramático porque, à hora em que ocorreu, 17:05h, a grande maioria da população estava ainda a trabalhar nos campos.

Testemunhos da época fazem referência a «nuvens colossais de poeira que se elevam nos ares», ao «barulho infernal dos prédios a cair», e aos «gritos de dor de uma população inteira».

Sem comunicação telegráfica, a notícia do sismo chegou à capital do distrito, Santarém, através de um lavrador que para aí se dirigiu de automóvel.

Com base numa observação feita na época, a duração do sismo foi de 22 segundos, no entanto, desde a manhã de 23 de Abril que se ouviam ruídos subterrâneos. Estes ruídos foram sentidos não só durante os abalos mais fortes, mas também com as réplicas, que se fizeram sentir durante muito tempo. A maior de todas foi sentida no dia 2 de Agosto de 1909.

Quanto à natureza dos movimentos, o sismo terá tido duas fases principais, iniciando com um movimento vertical, seguido por vários abalos horizontais mais violentos e de maior duração.

Em relação ao grau de destruição, a vila de Benavente foi sem dúvida a mais afetada tendo quarenta por cento das suas habitações ficado totalmente destruídas, outras tantas sem condições para voltarem a ser habitadas e apenas vinte por cento recuperáveis, após obras de reparação.

O património religioso foi sem sombra de dúvida o mais afetado, tendo ficado destruídas a Igreja Matriz, a Igreja de Santiago, e a Capela de Nª. Sra. da Paz (Benavente) e bastante danificada a Igreja Matriz de Samora Correia. Dos edifícios públicos, apenas os edifícios da Câmara Municipal e do atual Museu Municipal (em Benavente) e o Palácio da Companhia das Lezírias (em Samora Correia) resistiram, mesmo assim com danos relevantes.

No dia seguinte, o rei D. Manuel visita a zona sinistrada e as forças militares começam a instalar tendas de campanha trazendo consigo mantas, camas, roupas. O Hospital Militar da Estrela envia para o local médicos e enfermeiras.

Por todo o país e no estrangeiro foram feitas subscrições, bandos precatórios e récitas de caridade, com a finalidade de angariar meios para acudir aos mais necessitados. Destacam-se as iniciativas levadas a cabo pelos jornais: “Diário de Notícias”, “O Século” e ainda pela Associação Comercial de Lisboa e pelo Clube de Fenianos do Porto, contribuindo assim para a reconstrução e recuperação de habitações e escolas.

Folhetos

Lendas e Personagens

Personagens

Natércia Freire

Escritora portuguesa nascida em 1920, em Benavente, e falecida a 19 de dezembro de 2004. Estudou música e tirou o curso do Magistério Primário. Dirigiu o suplemento literário "Artes e Letras" do Diário de Notícias e colaborou em publicações diversas e na Emissora Nacional, fazendo palestras mensais. Iniciou-se como decente na escola primária em 1944. Foi convidada para a Comissão de Leitura da Fundação Calouste Gulbenkian, de que se tornou membro, de 1971 a 1974.

Revelou-se na poesia em 1939 com a coletânea Meu Caminho de Luz. Foram-lhe atribuídos os prémios literários Antero de Quental (por Rio Infindável em 1947 e Anel de Sete Pedras em 1952), Ricardo Malheiros (1955) e Nacional de Poesia (1972), este último pela obra Os Intrusos. Da sua vasta obra destacam-se ainda Horizonte Fechado (1942) e os contos de A Alma da Velha Casa (1945).

Joaquim Rodrigues Parracho

Joaquim Rodrigues Parracho nasceu no dia 8 de maio de 1920, em Benavente, e morreu na sequência de um invulgar acidente, em 11 de outubro de 1989. Cumpriu o sonho da sua vida, a criação de um Museu em Benavente, e teve ainda a oportunidade de ver crescer este sonho que fez nascer.

Joaquim Rodrigues Parracho (Museu Municipal de Benavente)

Francisco de Sousa Dias (Dr.º)

Francisco de Souza Dias nasceu na localidade de Muge, parte do concelho de Salvaterra de Magos, em 25 de Março de 1873, filho de Manuel Duas Rosa e de Henriqueta Rosa da Costa Dias, e neto de Manuel da Souza Dias e de Rosa de Jesus. Teve vários irmãos, incluindo Aníbal Souza Dias, que chegou ao posto de contra-almirante.

Nasceu numa família de ricos lavradores, o que lhe permitiu o acesso à educação. Assim, fez o curso de Regente Agrícola na Escola Agrícola de Santarém, e depois frequentou a Escola Médica de Lisboa, onde se formou em 1900.

Francisco de Souza Dias casou com Maria Francisca Dias em 2 de Fevereiro de 1903, com quem teve onze filhos.

Proprietário de herdades com montado de sobro no Algarve, Alentejo e Ribatejo edificou o centro de lavoura em Benavente onde residia, foi nessa vila que dedicou a vida a ajudar quem precisava, servindo a população da vila de água potável e escola através da sua própria casa.

Carreira profissional e política

Francisco de Souza Dias iniciou a sua carreira como médico municipal e da Misericórdia na localidade de Benavente.[1]

Apoiante do Partido Republicano, tendo apoiado o movimento republicano em São Brás de Alportel e liderado o de Benavente.[1] Destacou-se pelo seu papel durante uma epidemia de gripe e depois durante o Sismo de Benavente de 1909, onde ordenou a abertura de poços artesianos para aliviar a falta de água potável, distribiu quinino e organizou uma refeição diária para os pobras, em conjunto com a sua mulher e a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas.[1] Também propôs a criação de um bairro social, utilizando em parte os fundos recolhidos para alívio das vítimas do sismo.[1]

Após a Revolução de 5 de Outubro de 1910, assumiu de forma espontânea o cargo de Administrador do Concelho de Benavente, com o apoio da população, posição que foi confirmada de forma definitiva pelo Governador Civil, Ramiro Guedes, no ano seguinte.[1] Continuou então a sua carreira na política, acumulando com a de médico, tendo-se tornado Governador Civil de Beja em 1912, Deputado da Nação em 1915, e Governador Civil de Santarém em 1919.

Lendas

Lenda das Bicas

 

Camarinhais (origem: popular)

As nascentes das Bicas, são nos Camarinhais, Benavente

Descrição:

Uma rainha moura que não conseguia ter filhos, passou um dia por Benavente e bebeu água das Bicas - as Bicas eram nascentes de água. Passado algum tempo engravidou e desde então a água das Bicas passou a ser considerada como muito boa para as mulheres estéreis.

Lenda de Nª. Senhora da Paz

Benavente

 

Descrição:

Com as invasões francesas as pessoas fugiram e levaram os santos da sua devoção. Um dia, um pastor encontrou uma imagem muito pequena que apareceu num olival e foi colocá-la na capela de São Bento, onde era dada aos tratos de uma ermitoa. Nª.Srª tinha nas mão um raminho de oliveira, de manhã a ermitoa dizia:-Ai minha santinha! Que andáste toda a noite na rua pois tens o manto todo orvalhado.

Diz a lenda que Nª. Srª se sentia bem no campo e ia para lá de noite e trazia sempre um raminho de oliveira.

Lenda de São Baco

Convento de Jericó (ou Jenicó), Benavente

 

Descrição:

Depois dos frades terem deixado o Convento de Jenicó, em 1834, o povo de Benavente quis trazer a imagem de São baco para a Igreja Matriz. Deslocou-se um carro de bois para trazer a imagem, mas os animais não conseguiam andar. Só quando desistiram de trazer o São Baco é que os animais conseguiram andar normalmente. Ainda outra lenda sobre o São Baco - Todas as pessoas que se rirem em frente da imagem acontece-lhes logo a seguir uma desgraça.

Lenda de Nª.Srª de Alcamé

(origem: popular)

Alcamé é uma ermida situada na lezíria, junto à margem esquerda do Tejo, nos denominados Campos de Vila Franca, Vila Franca de Xira.

Descrição:

Um campino que guardava gado nestes campos criou uma cobra com leite. Anos mais tarde, voltou ao sítio com um amigo e contou-lhe que criou uma cobra que vinha comer sempre que lhe assobiava. O amigo não acreditou, ele assobiou e apareceu uma cobra muito grande à procura de leite, como ele não tinha leite para lhe dar a cobra enrolou-se à volta do seu pescoço. Então, ele gritou por Nª. Srª de Alcamé para que o ajudasse, e Nª Srª veio em seu socorro. Nesse local ergueu-se uma capela.

Nota: Ermida de Nossa Senhora de Alcamé / Santuário de Nossa Senhora de Alcamé

Número IPA Antigo: PT031114090100

Em: Monumentos.gov.pt

Lenda da Cobra

(origem: popular)

Descrição:

Uma senhora andava a amamentar o seu bébé mas este cada vez mirrava mais. Certa noite de luar, enquanto dava mama ao filho, viu que quem mamava no seu peito não era o seu bébé mas sim uma cobra. E esta para que a criança não chorasse punha-lhe na boca a ponta do rabo.