Falar de lezíria é também falar de trabalho no campo e de campinos, desde sempre ligados à condução do gado, são um exemplo da tradição viva, desempenhando um papel fundamental maneio das vacas.
Já no século XVII, encontramos referências a estes guardadores de gado nas margens do rio Tejo. A partir do século XIX, o aparecimento das Casas Agrícolas e o consequente desenvolvimento da produção animal e cerealífera exigem inúmeras atividades rurais, das quais se destaca a do campino como maioral, guardador, abegão ou maioral real.
No início do século XX multiplicam-se as grandes produções agrícolas e pecuárias nestes solos férteis e durante os pousios, manadas de equinos e bovinos tiravam partido do pasto que a terra oferecia. Consolidou-se no seio das Casas Agrícolas uma classe de trabalhadores, artesãos, cavaleiros e lidadores, mestres nas artes do campo e que hoje designamos por campinos.
A bravura do touro, a paisagem a perder de vista e a permanência solitária no campo, concorreram para que se acentuassem os feitos e se evocassem os atos de coragem e valentia desta “figura da lezíria que nasce e morre nos campos da Borda d’água” (M. Mesquita, 1908).