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Disponível a Edição N. 4 da Revista de Cultura “Terras D’Água” – Benavente

A edição n. 4 da revista de Cultura “Terras d`Água”, foi apresentada no passado dia 29 de março, no foyer do Cineteatro de Benavente, numa sessão muito participada e integrada nas comemorações dos 825 anos do Foral de Benavente.

Um projeto editorial já com alguns anos e que pretende ser um estímulo à investigação sobre temas do território, bem como assumir um papel importante na promoção da Cultura.

Na Revista, surge republicado o elogio ao Professor Rui de Azevedo, que em 1981 a Academia Portuguesa de História editou.

Releva-se a monografia de Benavente, um documento fundamental sobre Benavente, fruto da investigação iniciada por Álvaro Rodrigues de Azevedo (1826-1898) que reuniu documentação sobre a matéria e elaborou os dois primeiros capítulos e que, posteriormente, foi continuada pelo professor Rui de Azevedo (1889-1976).

Este momento foi também escolhido para a apresentação do manuscrito que a Câmara Municipal adquiriu recentemente sobre a Irmandade dos Santos Passos, cuja transcrição e caracterização, constitui um dos artigos presentes na atual edição da Revista “Terras d`Água”.

Intervenções e temas na Revista “Terras d`Água”

O enquadramento da sessão foi feito pela Chefe de Divisão da Cultura da Câmara Municipal de Benavente, Cristina Gonçalves, com as devidas apresentações dos oradores e dos autores dos artigos científicos abordados na Revista.

Foram convidados a intervir: o Presidente da Câmara Municipal de Benavente, Carlos Coutinho, que mencionou a importância destas investigações e publicações perante os novos desafios que se avizinham, numa clara menção à chegada do novo aeroporto, “porque marcam a história e a identidade das localidades que são valores fundamentais a  preservar. Com o aeroporto e a cidade aeroportuária a nascer no nosso território, esta comunidade irá sofrer uma profunda transformação e é inevitável que assim aconteça. Felizmente temos a História que nos une, a Cultura, as Raízes, a Identidade e temos que almejar um futuro que possa respeitar este legado”, disse, acrescentando:

“Esta é uma função que não cumpre apenas os eleitos, mas a todos os que amam a sua terra e devem estar vigilantes”.

O autarca agradeceu, em nome da população de Benavente, aos familiares do Professor Doutor Rui de Azevedo pela presença forte nesta sessão e pelo legado que é pertença de todos.  Igualmente, felicitou todos os que contribuíram com o seu trabalho, com os seus escritos e investigação, para a edição desta Revista, um documento intemporal que irá estar disponível para quem quiser consultar ou adquirir, nas Bibliotecas e no Museu Municipal.

Republicação do Elogio ao Professor Doutor Rui de Azevedo

Na sua intervenção, a Profª Doutora Maria de Fátima Reis, Secretária-Geral da Academia Portuguesa da História, fez uma  Intervenção sobre o Professor Doutor Rui de Azevedo, salientando o seu importante labor, rigor e determinação como um exemplo para os investigadores. “O Elogio é composto por correspondência, documentos, fotografias, valiosas notas e muitos comentários de investigação histórica, que dão conta do intenso labor do Dr. Rui de Azevedo”. A republicação do Elogio, recupera as palavras do próprio, mas integra muitas noticias que saíram na imprensa, trabalhos que foi publicando e até Comissões para as quais ia sendo chamado para dar parecer.

“O património cultural e imaterial é muito frágil”

Por sua vez, o Professor Doutor Filipe Themudo Barata, do Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS), focou a relevância das revistas de cultura para o desenvolvimento de estudos sobre a História regional e local e a importância da classificação do Património Cultural Imaterial (PCI) . “É preciso compreender que o património cultural e imaterial é muito frágil. O (PCI) começou por ser uma Convenção, um acordo entre parceiros políticos, representantes do Estado com os técnicos que dão apoio à Convenção. Por exemplo, não era fácil aceitarem línguas dentro de um País como património Imaterial. A língua era o veiculo por onde passavam as tradições orais, quando desaparece o passageiro, o veiculo não tem sentido nenhum e o contrário também é verdadeiro”.

“O Tejo chegou a ter cinco braços”

O Dr. Clementino Amaro, arqueólogo, explanou um pouco do seu artigo sobre a presença humana no Monte dos Condes, em Santo Estevão. Contou, no decorrer da sua intervenção, como “em 1834 é extinta a Casa do Infantado e passa a ser Companhia das Lezírias a gerir a produção. Na altura eram precisos portos, porque precisavam de navegar, escoar os produtos para Lisboa e criar dinâmicas. Nesse sentido, em meados do Séc. XIX foram feitas obras hidráulicas, e é aí que aparece a Vala Nova e o braço de rio do Tejo velho que passava por aqui e é incluído no Sorraia. O Tejo hoje só tem um braço, mas no Séc. XVI chegou a ter cinco braços”, frisou.

Autores e temas da Revista “Terras d`Água”

Foram autores de artigos dedicados à Revista “Terras d`Água”: Avelino de Jesus da Costa (Elogio do Prof. Doutor Rui de Azevedo); Clementino Amaro (Presença Romana no Monte dos Condes, Santo Estevão, Notícia Preliminar); Sandra Ferreira (Casa do Infantado – Sua presença, importância e monumentalidade em Samora Correia, 1654 – 1834); Aníbal Ferreira (Breve apontamento sobre a imprensa Local no Concelho de Benavente); Ricardina Sousa (Identidade Cultural: O Campino); Ana Semeano (A importância do Conservador – Restaurador na escala Municipal); Raquel Silva Pereira (Espaço Arriscart, um lugar entre o Museu e a Comunidade, a sua importância na construção de novos públicos); Ricardo Espírito Santo (O Planeamento da Mobilidade); Mário Justino Silva (Igreja de Nossa Sra. da Paz de Benavente, Memória, Arte e Devoção); José d`Encarnação (Justino Mendes de Almeida, Epigrafista) e Filipe Themudo Barata ( O Património Cultural Imaterial, o Inventário Nacional e o papel dos Municípios Portugueses).

A finalizar uma nota de agradecimento à Anita Silva Pereira pelo belíssimo apontamento musical com o qual nos brindou, ao som da flauta transversal.

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