Celebra-se 100 anos de vivências na coletividade mais antiga de Samora Correia
A Sociedade Filarmónica União Samorense, a mais antiga coletividade de Samora Correia, comemora 100 anos de vida!
Visite o Núcleo Museológico da SFUS, na Praça da Republica, em Samora Correia.
Horário:
De 2ª a 6ª feira – das 10H00 às 12H30 e das 14H00 às 17H30 (solicitar visita no Palácio do Infantado)
Sábados – das 15H00 às 18H00
Domingos e Feriados – das 10H00 às 13H00 e das 15H00 às 18H00
Celebra-se 100 anos de vivências na coletividade mais antiga de Samora Correia
A Sociedade Filarmónica União Samorense, a mais antiga coletividade de Samora Correia, comemora 100 anos de vida!
Ao longo do seu percurso, largas centenas de samorenses deram o melhor de si, com uma entrega incondicional, para que a comunidade local pudesse aceder e usufruir da cultura nas suas mais variadas formas de expressão.
O projeto que alguns sonharam e criaram e que outros desenvolveram passando o testemunho de geração em geração, sempre com o apoio e carinho da população, foi-se tornando uma referência no movimento associativo nacional.
Inicialmente foi casa da Câmara, depois foi sede da SFUS e, posteriormente, o edifício foi recuperado pelo Município de Benavente para um núcleo museológico e espaço do artesão, sendo que o 1º andar ficou reservado à coletividade. Foi esse espaço que ganhou outra vida e outra dinâmica com a inauguração desta exposição no passado mês de maio, onde é retratada toda a história da coletividade, seus altos e baixos, sucessos e projetos que tanto influenciaram e motivaram a sociedade de Samora Correia.
(…)
Antecedentes da SFUS
Nas comemorações do 1.º de dezembro de 1888, estreia-se publicamente a primeira banda filarmónica de que há memória em Samora Correia – a Sociedade Filarmónica Samorense dirigida pelo mestre Brito. Possivelmente, constituída por músicos oriundos das antigas charangas que animavam a terra em eventos festivos ocasionais. Mas, passado algum tempo, desavenças internas ditaram o fim prematuro da Banda e, desta divisão surgem dois novos agrupamentos, a Sociedade Progresso Samorense, vulgarmente conhecida por “Cebo” e a Sociedade Talma Samorense, alcunhada de “Trambolhia”. A Cebo dedicava-se a abrilhantar arraiais e outros espetáculos de cariz mais popular, enquanto a “Trambolhia” repartia a sua atividade artística entre a Banda Filarmónica e o grupo cénico que criara para a promoção de espetáculos teatrais.
Mas o percurso destas Bandas foi efémero! Em 1910, por razões diversas, ambas puseram fim à sua atividade. No entanto, o vazio associativo não se manteve por muito tempo porque o gosto pela música e pela sua divulgação não tinha barreiras intransponíveis. No ano seguinte, em pleno advento das novas ideias republicanas é constituída a Sociedade Recreativa Musical Samorense composta, em grande parte, por músicos das duas bandas anteriores.
Quando tudo parecia dar certo, a instabilidade política da 1.ª República agravada pela entrada de Portugal na Primeira Grande Guerra preocupa todos os samorenses, sobretudo, os mobilizados e as suas famílias. O interesse pela música e pelas festas desvanece e a coletividade vê-se obrigada a fechar as suas portas. (…)
A fundação da SFUS
Saradas as feridas da guerra e da pneumónica renasce o entusiasmo pela vida associativa e a 10 de maio de 1921 é criada a SFUS – Sociedade Filarmónica União Samorense, graças ao empenho e dedicação de José de Oliveira Rato, do professor Neves e de João Pedro Fernandes. Os três fundadores da coletividade tiveram como objetivo primordial a formação de uma Banda Filarmónica que ficou a cargo do maestro António Almeida e Oliveira e foi sobre a regência deste que se produziram as primeiras atuações.
Ainda nesta década, os sucessivos corpos diretivos da coletividade esforçaram-se por melhorar e diversificar a oferta cultural aos seus associados e à população em geral. Para além da música, foi criado um grupo cénico (1923), sessões de cinema no edifício/sede (1927) e organizados os primeiros bailes. A dinâmica associativa da SFUS prolonga-se durante os anos 30. A Banda, à época, regida pelo maestro Alípio Seco faz uma viagem de cacilheiro, do Porto Alto até Cacilhas para uma atuação na Cova da Piedade. Muitos samorenses, eufóricos e orgulhosos acompanharam os músicos na deslocação, enquanto outros acorreram à zona do embarque para saudar freneticamente a comitiva. Em 31 de agosto de 1937 é apresentado publicamente o Hino da SFUS com letra do professor João Fernandes Pratas e música do maestro António de Almeida e Oliveira.
Desde a sua fundação até ao início da II Guerra Mundial é a SFUS que assume quase toda a atividade musical e cultural que se produz em Samora Correia.
A guerra, na qual Portugal não se envolve diretamente, não deixa de criar tensão e agitação social no país. É preciso definir prioridades e, mais uma vez, o movimento associativo sai a perder! A SFUS suspende toda a sua atividade e só volta a reativá-la após o fim do conflito. (…)
A SFUS no século XXI
Os tempos recentes trouxeram novos desafios ao movimento associativo. As sociedades atuais vivem a um ritmo acelerado, disperso e confrontadas com múltiplas ofertas que as novas tecnologias vieram facilitar na forma de comunicar, de interagir e de ocupar os tempos livres dos indivíduos.
A SFUS, fruto de um saber de experiências feito ao longo de um século de dinâmica associativa, tem sabido adaptar-se, renovar-se e definir prioridades para poder continuar a servir a comunidade no campo das artes, da cultura e do desporto.
Apesar da música ser a principal razão da sua existência desde a fundação, a coletividade assumiu sempre o seu ecletismo até aos dias de hoje:
Banda Filarmónica (principal)
Banda Filarmónica (juvenil)
Banda Filarmónica (iniciação)
Tuna
Orquestra de teclas e cordas
Escola de Música
Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos
Teatro
Secção de Pesca
Secção de Natação
Secção de Andebol
O Centenário (1921-2021)
A Sociedade Filarmónica União Samorense, a mais antiga coletividade de Samora Correia, comemora 100 anos de vida!
Ao longo do seu percurso, largas centenas de samorenses deram o melhor de si, com uma entrega incondicional, para que a comunidade local pudesse aceder e usufruir da cultura nas suas mais variadas formas de expressão.
O projeto que alguns sonharam e criaram e que outros desenvolveram passando o testemunho de geração em geração, sempre com o apoio e carinho da população, foi-se tornando uma referência no movimento associativo nacional.
É todo este coletivo de homens e mulheres que hoje está de parabéns!