Em cima da mesa estão as questões relacionadas com o grande aumento dos casos de infeção por COVID-19 no nosso Município, sendo que foram tomadas várias medidas para serem aplicadas no decorrer das próximas semanas, numa tentativa determinante para diminuir a tendência crescente da curva do contágio.
Caras e caros munícipes, dirigimo-nos a todos vós perante uma situação extremamente complicada que está a acontecer no nosso município.
Iniciámos este ano de 2021 com a esperança de que, efetivamente, o Plano global de vacinação nos possa proporcionar a imunidade de grupo e transmitirmo-nos a possibilidade de podermos voltar à normalidade tanto quanto possível na nossa vida social e na nossa vida coletiva.
Ao longo destes meses em que estamos confrontados com a pandemia do COVID-19, fomos todos capazes de controlar a sua evolução durante meses, em função daquilo que foi o trabalho determinado, assertivo, da Autoridade de saúde, da Proteção Civil, dos seus agentes, mas fundamentalmente da atitude responsável, da grande consciência que todos nós tivemos e assim foi possível que o nosso município ultrapassasse estes muitos meses de forma tranquila.
Mesmo nas situações em que tivemos maior dimensão, foi sempre algo muito tranquilo porquanto fruto da ação de todos nós e mesmo nessas dimensões maiores, foi possível que os casos positivos resultassem de uma vigilância ativa das pessoas e por conseguinte, nunca tivemos o risco de termos a transmissão comunitária.
Infelizmente, iniciámos este ano de 2021 de uma forma extremamente negativa, nós, que no inicio da quadra natalícia estávamos numa posição moderada em que tínhamos cerca de 150 casos por 100.000 habitantes, inexplicavelmente, em poucos dias, somos confrontados com o crescimento explosivo de casos positivos no nosso município e numa situação absolutamente insustentável.
Nos últimos três dias registámos, na quinta-feira 51 casos, na sexta-feira 49 casos e hoje mesmo 43 casos.
Passámos de um risco moderado para um risco extremamente elevado, aproximando-nos dos 1000 casos por 100 mil habitantes.
Nós que convivemos com esta situação todos os dias, na Proteção Civil e na Autoridade de Saúde, temos alguma dificuldade em encontrar as explicações para esta evolução tão negativa.
É absolutamente determinante que possamos inverter esta tendência o mais rapidamente possível. Para isso confiamos naquilo que é a determinação e o trabalho da Autoridade de saúde, na determinação também da Proteção Civil e de todos os seus agentes, e contamos com todos vós para que, efetivamente, possamos inverter esta situação. E é possível, desde que possamos cumprir com aquilo que são as normas sanitárias: o distanciamento entre pessoas, o uso correto da máscara, a lavagem adequada das mãos, naquilo que é o nosso dia a dia, no nosso posto de trabalho, nas visitas que temos que fazer ao comércio local, às grandes superfícies, na deslocação no espaço público teremos que cumprir rigorosamente com todas estas regras.
Com a certeza de que se assim o fizermos vamos seguramente ultrapassar esta situação.
Todos nós temos, creio, um conhecimento, de que aqueles que têm cuidado de nós ao longo destes meses e falo nos profissionais de saúde, estão a atingir um momento de grande exaustão. Para além disso naquilo que são os cuidados primários de saúde, e também os cuidados hospitalares, estão neste momento a direcionar todos os meios para atender os doentes COVID-19, em detrimento daquilo que também é um atendimento necessário, absolutamente necessário para os doentes de outras doenças. Também os dados que nos são divulgados apontam que estamos próximos de uma rutura.
O município acompanha esta situação no País. O Governo, em princípio na próxima semana, irá determinar um conjunto de regras de maior assertividade, que se impõem para podermos inverter este caminho.
Também nós, na Proteção Civil, temos vindo a acompanhar diariamente. A Comissão Municipal de Proteção Civil tem reunido e tomou um conjunto de decisões que nos parecem adequadas neste momento. Assim, está já a circular nas nossas localidades carros som, no sentido de sensibilizar a nossa população para a mensagem que se impõe no cumprimento das regras, como também estão equipas multidisciplinares a percorrerem os nossos lares, as casas de acolhimento dos idosos, para verificarmos o cumprimento das regras na sequência de um trabalho que tem sido contínuo.
Também na próxima segunda-feira vamos ter a percorrer as nossas localidades, equipas constituídas por elementos da GNR, pelos nossos bombeiros, com outros agentes da Proteção Civil, nomeadamente os Presidentes de Junta que irão acompanhar no espaço público aquilo que é a presença das pessoas nos espaços comerciais, nas grandes superfícies, para que efetivamente se cumpram as regras que são necessárias.
Queremos também afirmar que em caso de repetidos incumprimentos, não deixaremos de tomar atitudes muito sérias e severas, porque este é um momento que impõe um conjunto de medidas muito excecionais.
Para além destas medidas, determinámos também que durante duas semanas os lares devem suspender as visitas de familiares e outros. Importa aqui dizer que até este momento, não temos surtos nas nossas Instituições
Determinámos também que as nossas coletividades e associações devem suspendera sua atividade por um período de duas semanas.
Embora não seja da nossa competência, a Comissão recomendou à Autoridade de Saúde, na pessoa da Delegada de Saúde, que iniciasse o processo para suspender o ensino presencial nas nossas escolas por duas semanas, devendo ser substituído pelo ensino à distância.
São medidas que têm impactos, sabemos disso, temos essa consciência, mas também temos a consciência que, perante a gravidade da situação, é preciso que todos nós possamos contribuir para inverter de forma muito forte esta mesma tendência.
Queremos transmitir a todos que a Proteção Civil, os seus agentes, a Autoridade de Saúde, estão com a mesma determinação de sempre, para contribuirmos para a resolução deste problema, conscientes de que só teremos os resultados que esperamos se, efetivamente, contarmos com a consciência e a responsabilidade de todos nós, atitude que é absolutamente determinante. Sabemos que, seguramente, vamos contar com todos, para podermos ultrapassar esta mesma situação. São muitos aqueles que infelizmente estão nos cuidados hospitalares, e para esses queremos dirigir uma palavra de rápidas melhoras e que não sejamos presentes a situações de maior gravidade. É absolutamente necessário que se possam proteger e que nos ajudem a proteger a todos nós.
Boa saúde para todos