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Unidos Contra o Desperdício Alimentar – Município de Benavente

Benavente luta contra o desperdício alimentar e implementa projeto nas escolas do 1° ciclo – Sustentabilidade na alimentação escolar: respeita a comida, reduz o desperdício

 

O desperdício alimentar, entendido como alimentos seguros para consumo mas que são eliminados, é um tema que está na ordem do dia. O município de Benavente aderiu ao movimento Unidos Contra o Desperdício e pretende contribuir significativamente na resolução deste problema. O projeto “Sustentabilidade na alimentação escolar: respeita a comida, reduz o desperdício” arrancou nas escolas do 1° ciclo de Benavente e está a ter uma elevada aceitação.

 

A forma como produzimos, processamos e consumimos alimentos atualmente é um paradoxo, isto porque:

  • Nos países desenvolvidos, comemos muito e comemos mal. Cerca de 2 mil milhões de pessoas sofrem com obesidade ou têm doenças relacionadas com a alimentação.
  • Apesar de nos últimos 50 anos, a nossa capacidade para produzir alimentos ter aumentado quase 300%, o número de pessoas com fome não diminuiu. Nos últimos 3 anos aumentou para 820 milhões.
  • Simultaneamente, 1/3 dos alimentos produzidos em todo o mundo são desperdiçados, o que representa cerca de 1,3 bilião de toneladas por ano. Em média, cada português desperdiça 97 kg de alimentos por ano.

 

Esta é uma questão económica, social e com elevado impacto ambiental.

 

O combate ao desperdício alimentar é da responsabilidade de todos nós. Para responder a este problema é necessário mobilizar toda a comunidade. Neste sentido, a Câmara Municipal de Benavente está a implementar um projeto para os alunos do 1° ciclo, com o objetivo de avaliar a dimensão do desperdício alimentar nos refeitórios escolares e posteriormente intervir de forma a reduzi-lo para níveis aceitáveis. As crianças são os consumidores que vão moldar o cenário de desperdício alimentar no futuro e que, por isso, devem ser formados e educados no sentido de terem um consumo mais responsável e sustentável.

 

Na primeira fase do projeto, que decorreu durante as duas primeiras semanas de abril, foi quantificado o desperdício alimentar resultante de alimentos que são servidos e que os alunos não consomem, isto é, alimentos que são deixados nos pratos. Os resultados globais obtidos revelam que 37% dos alimentos servidos foram desperdiçados, o que significa que 1 em cada 3 refeições foi para o lixo. Sendo o acompanhamento de hortícolas o componente do prato que os alunos mais desperdiçam, cerca de 70%. Estes valores são preocupantes, no entanto, são semelhantes aos encontrados em vários estudos realizados noutros refeitórios escolares, traduzindo uma realidade que é, provavelmente, comum a todas as escolas do país.

Vários fatores podem contribuir para estes valores de desperdício alimentar: lanche da manhã pouco saudável e com elevado conteúdo em gordura saturada, contribuindo para que as crianças tenham pouca fome à hora do almoço, oferta de refeições desadequadas às preferências das crianças, capitações excessivas, pouco tempo para fazerem a refeição e poucos adultos a acompanharem as refeições. As refeições escolares são refeições saudáveis, completas, equilibradas e nutritivas que contribuem para a saúde e para o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças. Quando estas não consomem uma parte significativa das refeições, significa que não estão a beneficiar da totalidade dos nutrientes oferecidos, o que é particularmente preocupante no caso dos nutrientes presentes na sopa, saladas e fruta, que são tendencialmente menos consumidos por esta população.

 

Nas próximas semanas irão decorrer várias ações de sensibilização para os alunos do 1º ciclo. O objetivo é sensibilizar toda a comunidade, alunos, professores, pais e funcionários para este problema e juntos encontrar soluções. É necessário mudar atitudes e comportamentos em relação a este bem essencial para todos. O apelo é o seguinte: “Vamos mudar esta realidade, pela nossa saúde e do planeta! Juntos vamos reduzir o desperdício alimentar!”.

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