“No Coro é fundamental ouvir e conseguir repetir “
No mês em que o Coro do Município de Benavente retoma os seus ensaios, fomos saber como anda o ânimo do Coro, do seu maestro, Daniel Manuel, e conhecer melhor este projeto que começou em 2003, com a escolha dos primeiros cantores. “No inicio apareceram muitas pessoas no Centro Cultural de Benavente para as audições, e a sala era muito pequena na altura, e também eu era muito pequeno, eu era muito novo e inicialmente, e realmente aquilo foi um desafio muito grande”.
Estreia do Coro foi na Misericórdia de Benavente
Passado um ano, também em março, o Coro fez a sua estreia na Igreja da Misericórdia, em Benavente, “e tivemos como padrinhos, o Coro da Carris, porque o nosso único homem também cantava no Coro da Carris, onde trabalha e foi assim que, resumidamente, começou o Coro do Município, desta forma. “A minha formação na altura, em 2003, era enquanto instrumentista maioritariamente, ainda que no Conservatório tenhamos a disciplina de Coro, de cantar em conjunto, alguma prática vocal, mas não era realmente uma formação, ou seja, não estava preparado, mas era um desafio daqueles que ou agarras ou não agarras. E a seguir vais à procura dessa tal formação. Depois a partir dai procurei sim essa formação, tanto na direção coral que é diferente da direção de orquestra e a questão da voz: não sendo cantor, ainda hoje não sou cantor nem pretendo ser cantor, mas é importante tu conheceres este instrumento que é a voz e como aplica-lo no canto e não só”.
Todos os que estão no coro têm que ter uma certa musicalidade?
“As pessoas têm que ter alguma aptidão vocal, essa é a primeira questão, nós fazemos os testes vocais, primeiro para tentar perceber se as pessoas conseguem reproduzir aquilo que ouvem, esta questão do ouvido e da reprodução é fundamental. Até porque as pessoas, no caso do Coro do Município, 95% não sabe ler uma pauta, ou seja, basicamente funciona assim: eu canto uma frase musical, e depois repetem, não é.
Isso é fundamental, a questão do ouvir e conseguir reproduzir. Depois, perceber a voz de cada um, sendo um coro misto, ou seja, que canta com quatro vozes diferentes, duas nos homens e duas nas mulheres, é fundamental que a questão do ouvido como depois da voz seja bem definida e já aconteceu haver pessoas que não podem estar no coro, não muitas, mas eu normalmente tenho dificuldade em dizer”.
Que tipo de vozes se encontram num Coro?
“Normalmente nós cantamos a quatro vozes, ou seja, duas vozes nas mulheres, Sopranos que é a voz mais aguda das mulheres e os Contratos que é a voz mais grave das mulheres, depois nos homens tenores que é a voz mais aguda e os baixos que é a voz mais grave. Há uma voz intermédia que é o Barítono, que não consegue atingir uma grande escala aguda e nem um registo muito grave e normalmente acabam por ir para um naipe que sentimos mais necessidade no momento e em que eles se conseguem encaixar-se também e se sentem mais confortáveis a cantar”.
O Coro recebe novos membros, após uma inscrição, e posteriormente uma audição.
