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PATRIMÓNIO CULTURAL E ARQUITETÓNICO

Festas e Tradição

Festas Tradicionais

Ao longo dos séculos são muitas as festas portuguesas que mantêm, na sua essência, a memória de um passado mais ou menos longínquo de uma terra e das suas gentes. Homens e Mulheres persistem em tudo fazer para preservar a identidade que distingue cada lugar e que o torna único, contando com o apoio da Câmara Municipal de Benavente.

As festas tradicionais do Município de Benavente realizam-se durante o período da primavera/Verão, tem uma base de devoção cristã e religiosa em honra das padroeiras, igualmente todas elas têm uma forte  componente tourinha, com destaque para as largadas de toiros, sempre muito participadas.

Fica o convite para uma visita, e descobrirem as nossas festas Tradicionais, que se realizam nas diferentes localidades do nosso Município: Benavente; Samora Correia; Santo Estêvão e Barrosa.

Carnaval

Em Samora Correia, o Carnaval é vivido de forma muito intensa há várias dezenas de anos, e desde há muitos que saiu das fronteiras da cidade, atraindo visitantes de toda a Região. A ARCAS (Associação Recreativa de Samora) realiza o corso no domingo e terça-feira gorda, dias em que se esperam nas ruas milhares de pessoas. Para além dos corsos (com entradas gratuitas), realizam-se assaltos de carnaval com muita musica e animação, a coroação dos Reis e Festas onde as máscaras mais elaboradas ou divertidas são reconhecidas.

Os sons misturam-se, as cores são intensas, a música incita à festa, as crianças mascaram-se e os adultos procuram a sátira e o ridículo que provocam o espanto e os transporta para uma realidade feliz e divertida.

Na rua a festa acontece. O carnaval de Samora Correia perde-se na memória da própria cidade e  toda a população se envolve nesta grande folia. Indiferentes ao tempo, todos circulam, avaliam o ambiente e, por fim, fixam-se pela Avenida “O Século”.

O dia pode estar frio, mas se o sol brilhar é garantia de grande folia, mas também sabemos que a chuva não afasta a festa da rua. Ninguém arreda pé, sem ver o corso passar! Estamos à vossa espera.

A organização do Carnaval de Samora Correia é da ARCAS e conta com o apoio da Câmara Municipal de Benavente.

Tradição

O Ribatejo, para o comum dos visitantes, é fandango, dançado como ninguém pelos campinos com o seu barrete verde e vermelho por altura das festas tradicionais. A festa brava é o “rosto” do Ribatejo e  as largadas de toiros pelas ruas são tradições que se mantêm, sinónimo de bravura das gentes.

“As cheias do Tejo”, o trabalho no campo e a frugalidade das comunidades avieiras são alguns exemplos dos rigores da vida ribatejana. Mas se há povo que sabe celebrar é este. Uma certa teimosia e profundo amor à terra fazem com que os ribatejanos sejam bravos defensores das suas tradições e que tenham gosto em partilhá-las com quem os visita.

O Campino

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Falar de lezíria é também falar de trabalho no campo e de campinos, desde sempre ligados à condução do gado, são um exemplo da tradição viva, desempenhando um papel fundamental maneio das vacas.

Já no século XVII, encontramos referências a estes guardadores de gado nas margens do rio Tejo. A partir do século XIX, o aparecimento das Casas Agrícolas e o consequente desenvolvimento da produção animal e cerealífera exigem inúmeras atividades rurais, das quais se destaca a do campino como maioral, guardador, abegão ou maioral real.

No início do século XX multiplicam-se as grandes produções agrícolas e pecuárias nestes solos férteis e durante os pousios, manadas de equinos e bovinos tiravam partido do pasto que a terra oferecia. Consolidou-se no seio das Casas Agrícolas uma classe de trabalhadores, artesãos, cavaleiros e lidadores, mestres nas artes do campo e que hoje designamos por campinos.

A bravura do touro, a paisagem a perder de vista e a permanência solitária no campo, concorreram para que se acentuassem os feitos e se evocassem os atos de coragem e valentia desta “figura da lezíria que nasce e morre nos campos da Borda d’água” (M. Mesquita, 1908).

O Barrete de Campino

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O barrete do campino usam-no longo e caído, rematado com uma borla, a sua cor em preto, verde ou encarnado indica de imediato o carácter do trajo, em preto, quando se encontra a trabalhar e colorido nas festas.

No dia-a-dia de trabalho no campo, o campino vestia de jaqueta, colete, camisa simples, cinta preta e calça comprida até aos sapatos. Na cabeça, usava gorro ou barrete preto.

O traje de cerimónia, implementado pelo Estado Novo, começa a ser usado nas festas e nas feiras e é composto pelo calção azul com abotoaduras laterais e ajustado às pernas com botões, colete encarnado, barrete verde com barra encarnada, camisa branca de colarinho baixo e com carcela dupla a esconder os botões.

As meias são brancas (de pinha) até aos joelhos e sapatos pretos com saltos de prateleira onde entram as esporas presas a correias afiveladas. Este conjunto é acompanhado por uma faixa encarnada à cintura e pela jaleca azul pendurada no ombro esquerdo. O figurino completa-se com o pampilho (vara) na mão ou ao ombro quando estão a cavalo. A farda era patrocinada pelos patrões e identificada através do monograma da Casa Agrícola exibido no colete.

O campino e o manuseamento do gado

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Quando cavalos e touros transformaram a paisagem ribatejana surgiu a figura singular do campino, guardião da lezíria, da charneca e dos animais que a percorrem.

As suas façanhas remontam, pelo menos, ao século XVII em que já guardavam gado bravo nas margens do rio Tejo. A partir do século XIX, o aparecimento das Casas Agrícolas e o consequente desenvolvimento da produção animal e cerealífera exigem inúmeras atividades rurais, destacando-se a do campino como maioral, guardador, abegão ou maioral real.

Montar a cavalo, lidar com o gado bovino de todas as raças, fazer as apartações e desmamas, ferras, tentas, amansias, conduzir as manadas de gado bravo na lezíria e na charneca, selecionar com o ganadeiro e apartar os curros de touros para as corridas são muitas das tarefas destes destemidos homens do campo.

Artesanato

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- Meias de pinha (de cano longo, em malha rendada, executadas manualmente em   linha de algodão branco com cinco agulhas);

- Bordados a ponto de cruz;

- Trabalhos em corno bovídeos (azeiteiros, saleiros e pimenteiros);

- Trabalhos em seda de crinas de equídeos (argolas entrelaçadas formando corrente para prender o relógio de bolso);

- Trabalhos em corda (encordoamento de garrafas e garrafões de vidro, tapetes e outros utensílios de uso doméstico).

Folclore

Na margem direita do rio Tejo, o Ribatejo confunde-se com a região saloia no seu folclore. Esta é uma razão pela qual há quem considere que toda a área desta província a norte do rio Tejo um prolongamento da Estremadura.

No Ribatejo dança-se o bailarico saloio como se dançam as “saias” tal como sucede na Estremadura e no Alto Alentejo, diferenciam-se, contudo, no fandango com o seu sapateado característico e vistoso.

A história, contada por gerações, afirma que o fandango constitui um torneio que tem por objetivo atrair as atenções das raparigas. No entanto, há relatos que garantem que as moças também dançavam o fandango nos bailes, nos terreiros e em dia de romaria. Sendo pouco comum, nalguns grupos folclóricos esta dança é executada pelos seus componentes femininos.

O Ribatejo, uma província criada em 1936, tem no rio Tejo a razão da sua existência como espaço geográfico e o caracteriza do ponto de vista etnográfico, e possui referências culturais que se têm mantido ao longo de décadas:  o touro, o cavalo, o campino e o fandango, dançado no seio dos ranchos folclóricos.

O município de Benavente tem, atualmente, quatro Ranchos, sendo que, felizmente, existem muitas crianças e jovens interessados em aprender e dar continuidade às danças que marcam um território e a sua cultura.

  • Rancho Típico Saia Rodada (rancho adulto e infantil)
  • Rancho Ceifeiras e Campinos da SFUS
  • Rancho Samora e o Passado
  • Rancho Folclórico da AREPA (rancho adulto e infantil)