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Gastronomia e Vinhos

Delicie-se no Município de Benavente

Em Benavente, as planuras, proximidade dos rios e águas correntes favorecem há séculos a cultura do arroz.

Ingrediente fundador da nossa cozinha e de um certo modo de ser português, o Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas é versátil como nenhum outro e ainda por cima rende.

A expressão “do pouco se faz muito” podia ter sido inventada para este tesouro gastronómico, que neste Município é celebrado com um Festival próprio “Festival do Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas, do Município de Benavente”.

Aceite o desafio e venha até aos restaurantes aderentes experimentar as diversas formas e receitas que se podem confecionar com este tesouro gastronómico.

Em Benavente, a garganta seca-se, na avidez de embarcar de uma só vez num copo de vinho das videiras de Catapereiro  ou vinho MA+RU+FA da Adega de Santo Estêvão.

Na ementa, destaca-se também o cozido de carnes bravas e o torricado de bacalhau, na doçaria o arroz doce.

O Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas corresponde à variedade genuinamente portuguesa, sendo cultivada no estuário do rio Tejo, onde a conjugação de fatores como o solo, a temperatura, o número de horas de sol e a água, dão origem à sua singularidade.

“Carolino” caracteriza-se por possuir um bago branco, curto e gordo, tendo a capacidade de absorver todos os sabores aromas dos ingredientes com os quais é cozinhado. Depois de cozido, o grão fica tenro, com uma textura aveludada e macia.

Apresenta excelentes resultados na elaboração de diversos pratos, sejam eles principais ou de acompanhamento. É longa a história da utilização do arroz carolino das lezírias ribatejanas na gastronomia tradicional portuguesa e, hoje, quando falamos de cozinha contemporânea o arroz carolino das lezírias ribatejanas assume especial destaque, devido à sua versatilidade na criação de novos pratos.

Aceite o desafio e venha até aos restaurantes aderentes experimentar as diversas formas e receitas que se podem confecionar com este tesouro gastronómico. Mas não esqueça que, o Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas não espera por ninguém, isto é, uma vez pronto está na hora de degustar.

Pratos Típicos

A gastronomia ribatejana reflete a tradição campina e a influência do rio. Entre os produtos regionais destacamos o Cozido de Carnes Bravas, o Torricado, a Açorda de Sável, as Migas com Entrecosto ou Bacalhau e o Ensopado de Enguias. Já no domínio da doçaria regional, salientamos o Arroz Doce, o Bolo Podre e o Bolo de Chocolate, entre outros.

Receitas do Ribatejo 

Torricado com Bacalhau

Tradicionalmente associado ao trabalho do campo, consiste numa forma prática de cozinhar o pão, torrando-o e untando-o com azeite e alho, coberto de bacalhau grelhado.

Ingredientes
  • 4 postas de bacalhau do lombo;
  • 2 pães de trigo caseiros;
  • 1 cabeça grande de alho;
  • 50 gramas de toucinho branco;
  • ½ litro de azeite virgem;
  • 4 folhas de louro;
  • sal marinho;
  • pimenta
Preparação

Bacalhau:
Se usar bacalhau congelado, deixe-o a descongelar com uma poucas pedras de sal por cima, até ficar macio. Se usar bacalhau dessalado ao natural, verifique o sal, e se o mesmo estiver demasiado dessalado, deixe-o com umas poucas pedras de sal por cima durante cinco minutos. Numa caçarola coloque o toucinho branco cortado em fatias finas, as folhas de louro inteiras, os dentes de alho fatiados, a pimenta e umas pedras de sal.
Adicione o azeite e leve a amornar.
Pincele o bacalhau com o azeite, por todos os lados e coloque a assar, com a pele para baixo, no início.
Verifique que o bacalhau está a libertar água pelos lados, e que a cor vai ficando dourado de baixo para cima. Quando a libertação lateral de água começar a diminuir, vire o bacalhau e deixe assar do lado contrário à pele por mais uns minutos.
Retire a pele e as espinhas do bacalhau, nunca amassando o bacalhau, e separando suavemente as lascas do mesmo.
Junte parte do azeite morno por cima do bacalhau, juntamente com algumas fatias de alho, a gosto.

Torricado:
Corte o pão ao meio.
Retire a côdea de baixo do pão. Fatie o pão na horizontal, com cerca de 1 centímetro de espessura. Acerte a côdea na fatia de cima, a última.
Faça cortes perpendiculares apenas num dos lados de cada fatia.
Coloque o pão no grelhador, com o lado dos cortes para baixo no início. Quando ficar torrado, vire o pão e pincele o lado torrado com o azeite morno.
Quando o outro lado do pão estiver também torrado, retire o pão e pincele com o azeite morno.
Coloque duas fatias de pão e o equivalente a uma posta de bacalhau em cada prato.
Termine com um pouco mais de azeite e fatias de alho por cima, a gosto.

Notas

Receita cedida pela Confraria do Torricado com Bacalhau. A receita é inspirada na receita original do “torricado com bacalhau” usada pelos campinos e operários agrícolas da região do Baixo Ribatejo. Alguns ingredientes e o processo descrito podem não corresponder a algumas descrições etnográficas do prato referido como original. Contudo, a adaptação apresentada é fiel aos paladares e ingredientes da região do Ribatejo, e o processo adaptado aos meios atualmente disponíveis para a sua confeção.

Cozido de Carnes Bravas

O cozido à portuguesa com carnes bravas é absolutamente divinal.

Ingredientes
  • Cabeça, orelha, focinho, pernil, chispe, rabo, entremeada, entrecosto e toucinho alto salgado, tudo de porco preto
  • Aba da Costela com ou sem osso de novilha brava
  • Galo ou galinha de campo e pato mudo caseiro
  • Chouriço de carne, chouriço mouro, linguiça, morcela de cozer, farinheira e chouriço de sangue, todos de porco preto
  • Batata, nabo, cenoura
  • Couve portuguesa, couve lombarda, coração de boi
  • Grão de bico
  • Arroz Carolino Bom Sucesso
  • Hortelã
  •  
Preparação
  • Salgam-se as carnes de véspera, colocam-se em tachos separados , as carnes de Porco Preto (cabeça, orelha, focinho, chispe, pernil e rabo , noutro a entremeada o entrecosto e o toucinho ), a novilha brava noutro, o galo e o pato juntos, cobre-se com água e junta-se folhas de hortelã, divide-se os enchidos pelos tachos excepto a farinheira e o chouriço de sangue, quando estiverem cozidas tiram-se as carnes e nesses caldos coze-se a couve portuguesa a couve lombarda e a coração de boi onde se juntam algumas folhas de hortelã, as batatas, os nabos e as cenouras noutro, neste junta-se a farinheira,  e noutro o grão de bico previamente demolhado, o chouriço de sangue coze-se à parte e depois de estar cozido aproveita-se este caldo para cozer o Arroz Carolino.
  • Depois de tudo cozido e partido dispõe-se em travessas rega-se com o caldo bem quente e coloca-se hortelã a gosto.
Notas

Esta receita foi cedida pelo restaurante A Coudelaria, integrado no espaço da centenária Companhia das Lezírias.

Arroz Doce

Arroz doce cremoso à moda do ribatejo. 

Ingredientes (com ovo)
  • Com ovo
    Ingredientes:

    • 200 g Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas
    • 500 ml Água
    • 80 g Manteiga
    • 1 Pitada de Sal
    • 1 l Leite
    • 1 Casca de limão
    • 1 Pau de Canela
    • -200 g Açúcar
    • 4 gemas
Ingredientes (sem ovo)
  • Sem ovo
    Ingredientes:

    • 200 g Arroz Carolino das Lezírias Ribatejanas
    • 500 ml Água
    • 80 g Manteiga
    • 1 Pitada de Sal
    • 1 l Leite
    • 1 Casca de limão
    • 1 Pau de Canela
    • 200 g Açúcar
Preparação (com ovo)
  • Leve ao lume num tacho a água com a manteiga, uma pitada de sal, a casca de limão e o pau de canela;
    Deixe ferver e junte o arroz Bom Sucesso;
  • Deixe cozinhar mexendo sempre até que fique quase caldo;
  • Ferva o leite num tacho a parte e junte aos poucos ao preparado do arroz, mexendo sempre;
  • Quando adicionar a ultima vez o leite, junte o açúcar e deixe cozinhar mais um pouco até que fique cremoso;
  • Bata as gemas a parte, junte um pouco do arroz do tacho, mexendo sempre até amornar;
  • Verta para o tacho e deixe cozinhar durante mais 1 minuto, mexendo sempre;
  • Retire do lume, rejeite a casca de limão e o pau de canela. Verta para taça e deixe arrefecer;
    Decore com canela e sirva.
Preparação (sem ovo)
  • Leve ao lume num tacho a água com a manteiga, uma pitada de sal, a casca de limão e o pau de canela;
  • Deixe ferver e junte o arroz Bom Sucesso;
  • Deixe cozinhar mexendo sempre até que fique quase caldo;
  • Ferva o leite num tacho a parte e junte aos poucos ao preparado do arroz, mexendo sempre;
  • Quando adicionar a ultima vez o leite, junte o açúcar e deixe cozinhar mais um pouco até que fique cremoso;
  • Retire do lume, rejeite a casca de limão e o pau de canela. Verta para taça e deixe arrefecer;
  • Decore com canela e sirva.
  •  
Notas

Esta receita foi cedida pelo Chef Luís Machado.

Bolo Podre

O Bolo Podre é característico de Benavente e era confecionado na época natalícia.

Era tradição confecioná-lo no início de dezembro e guardá-lo numa caixa em folha de flandres, embrulhado em papel vegetal e só degustado no Natal.

Ingredientes
  • 1 l mel

  • 0,75 l de azeite

  • 30 g erva doce

  • 30 g canela

  • 1 pitada de cravinho moído

  • 500 g de açúcar

  • 1,2k g de rolão (farinha mais grossa do trigo moído)

  • 16 ovos

Preparação

Num tacho, junta-se o mel, o azeite, o açúcar e as especiarias. Depois de se mexer muito bem todos os ingredientes leva-se ao lume até a mistura aquecer e estar bem envolvida.

Em seguida, coloca-se a mistura aquecida dentro de um alguidar e juntam-se os ovos, um a um, misturando muito bem o preparado.

Por fim adiciona-se o rolão e continua-se a bater muito bem, pelo menos, durante 40 minutos.

Vai a cozer num tabuleiro untado com azeite, no forno a 170º de temperatura, durante 1h.

Depois de cozido corta-se em losangos e ainda quente envolve-se em açúcar e canela.

Notas

Receita oferecida ao Museu Municipal em 2012 por Madalena Paulo .  

Receita tradicional da sua avó materna.

Bolo Gungunhana

O Bolo Gungunhana é tradicional de Benavente e era confecionado na época natalícia.

Era confecionado pelas famílias mais pobres, porque os seus ingredientes eram mais acessíveis e de baixo custo. Esta é uma versão muito económica do Bolo Podre apresentado na semana anterior

Ingredientes
  • 4 ovos

  • 1/2 l de leite

  • 500 g de açúcar amarelo

  • 500 g de farinha

  • Canela a gosto 

  • 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio

Preparação

Junta-se todos os ingredientes, ovos, leite, açúcar, farinha, canela a gosto (confecionámos com duas colheres de sobremesa) e o bicarbonato, por fim bate-se tudo.

Vai ao forno numa forma untada com azeite e polvilhada de farinha, no forno a 170º, durante uma hora.

Notas

Receita recolhida do livro "Doces Tradicionais do Ribatejo" publicado pelo  Instituto do Emprego e Formação Profissional.

Bolo Branco da Barrosa

Pequeno bolo que era oferecido como presente nos casamentos. Feitos pelas pessoas mais chegadas (madrinhas, avós, mães). Depois de amassado era benzido.

A receita passa de mães para filhos e as quantidades dos ingredientes não são divulgadas. 

Quantidade cerca de 100 bolos.

Ingredientes
  • 2 kg de farinha de trigo sem fermento
  • 2 kg de farinha de trigo com fermento
  • 4 ovos (1 ovo por cada kilo de farinha)
  • Raspa de 4 limões
  • Fermento de padeiro
  • Açúcar
  • Manteiga
  • 2 paus de canela
  • Canela em pó
  • Casca de limão
  • Sal
Preparação

Num alguidar de barro, colocar a farinha, raspa de limão, canela em pó e fermento de padeiro dissolvido em água morna.

Num tacho derreter a manteiga, juntar açúcar, os paus de canela e a casca de limão. Deixar ferver e juntar à farinha.

É tudo amassado até formar uma bola, que é cortada em cruz e benzida pela pessoa mais velha.

Depois fazem-se pequenos bolos em forma de ferradura, marcados com círculos e pincelados com ovo.

Notas

Receita demonstrada por Rita e Silvana, na preparação para a Feira das Sopas e Bolo Branco da Barrosa.

Veja o vídeo aqui.

A Companhia das Lezírias, S.A. é uma empresa detida em 100% pelo Estado que gere um património fundiário próprio de mais de 18 mil hectares. Este património é composto por três blocos, nos concelhos de Salvaterra de Magos, Vila Franca de Xira e Benavente, situando-se neste último o maior, vulgarmente designado por Charneca do Infantado. A Companhia passou por várias transformações ao longo da sua existência, sendo nacionalizada em 1975 e tendo passado, em 1989, a Sociedade Anónima de capitais exclusivamente públicos.

A Companhia das Lezírias é a maior exploração agropecuária e florestal existente em Portugal, compreendendo a Lezíria de Vila Franca de Xira, a Charneca do Infantado, o Catapereiro e os Pauis (Magos, Belmonte e Lavouras).

A Lezíria está compreendida entre os rios Tejo e Sorraia e é dividida pela Reta do Cabo (E.N. 10 entre Vila Franca de Xira e Porto Alto) em Lezíria Norte e Lezíria Sul. 

Desde 1997, a Companhia das Lezírias vem consolidando a sua situação, quer sob o ponto de vista tecnológico, quer financeiro, baseada numa filosofia de desenvolvimento sustentado.

A partir do dia 2 de Agosto de 2013, a Companhia das Lezírias passou a gerir a Coudelaria de Alter e a Coudelaria Nacional.

A maior propriedade da Companhia das Lezírias é a Charneca do Infantado, no município de Benavente, freguesia de Samora Correia,, com cerca de onze mil ha. De uso essencialmente florestal (8.500 ha), onde predomina o montado de sobro (6.570 ha) é aqui que se situam as principais culturas de exploração direta e de que fazem parte 406 ha de milho (sob pivot), 140 ha de vinha e 70 ha de olival, e 3.100 ha de prados permanentes biodiversos em modo de produção biológica. Nestes prados e na restante área de pastagens naturais (5.800 ha no total) alimentam-se, em regime extensivo, mais de três mil cabeças de gado bovino e a eguada de Puro Sangue Lusitano da Coudelaria Companhia das Lezírias.

De salientar a cada vez maior oferta turística, desde um batismo atrelagem a dois; uma prova organolética introdutória (vinhos); um aldeamento turístico no meio da natureza; À descoberta da charneca do Infantado “Pastagens em flor) (caminhadas) e a Observação de aves.

Vinhos

Os vinhos da Companhia das Lezírias refletem a sua história, terroir e harmonia com a natureza. 

Com caracter único, os vinhos que compõem as diferentes gamas são expressões de arte que resultam do continuado trabalho de uma equipa empenhada em encontrar e potenciar os fatores que os fazem tão especiais.

Vindima

vindima é a colheita (apanha) da uva. Num sentido mais lato a vindima engloba o período entre a colheita das uvas e o início da produção do vinho.

Em Portugal, a vindima ocorre em diferentes meses, consoante a espécie da uva e a localização das vinhas. 

Azeite

A qualidade e o excelente sabor que marca o azeite da Companhia das Lezírias, tem encontrado bom acolhimento no estrangeiro, de tal forma que o seu principal destino é a exportação, sendo o Brasil o país mais interessado. Com a expansão do mercado, China, Índia e Alemanha começam a ter algum significado neste contexto. Em Portugal, é vendido numa grande cadeia de distribuição e nas lojas da Companhia.