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PATRIMÓNIO

Património Histórico e Arquitetónico

O território do concelho de Benavente, de características tipicamente ribatejanas, apresenta uma biodiversidade muito elevada e uma notável diversidade paisagística.

A riqueza ambiental é uma característica que nos distingue e nos envaidece, tal como o património histórico, desde a pequena ermida de São Brás, na Barrosa, a Fonte do Concelho de Samora Correia datada de 1758, a Igreja Matriz inaugurada em 1721 ou o Palácio do Infantado, um dos edifícios mais emblemáticos da vila de Samora.

Em Benavente, salienta-se o pelourinho que foi erigido em 1516, o Convento de Jenicó mandado construir por D. Luís, o edifico da Câmara Municipal, com a sua majestosa torre metálica, ou o Museu Municipal instalado num palacete do Séc. XVIII. Nesta nota introdutória, resta fazer uma menção ao terramoto de 1909, que destruiu parcialmente muitos edifícios importantes deste concelho, sendo que, posteriormente, sofreram obras de restauro.

Freguesia de Benavente

1. Cruzeiro do Calvário

Em Benavente, no ano de 1644, foi erigido, no então denominado “Rocio do Moinho de Vento“, um Calvário em mármore de Estremoz. O local da construção passou a designar-se por Largo do Calvário. O cruzeiro foi erigido com a seguinte inscrição: “Esta obra mandarao fazer os irmaos dos Santos Passos em o anno de 1644″. O cruzeiro está envolto por um adro, sobranceiro ao Rio Sorraia, de onde se avista toda a lezíria, e corresponde ao limite Norte da vila de Benavente.

Imóvel de Interesse Público, Monumento e Área Envolvente. Decreto-Lei n.º 42692 de 30.11.1959

Mandado construir pelos irmãos dos Santos Passos em 1644, em calcário de lioz, no então denominado Rocio do Moinho de Vento, o adro, sobranceiro ao Rio Sorraia, enquadra o Cruzeiro como um miradouro privilegiado para a Zona Ribeirinha de Benavente, sobre a vasta Lezíria Ribatejana.

2. Pelourinho

 

Supõe-se que o Pelourinho de Benavente tenha sido erigido em 1516, aquando da atribuição do novo Foral a Benavente por D. Manuel I. enquanto símbolo de jurisdição municipal, o Pelourinho erguia-se junto aos Paços do Concelho, na Praça Principal da vila, onde se encontrava também a antiga Igreja Matriz (derrubada pelo sismo de 1909). No século XVII, o Pelourinho foi transportado para a Praça Nova e colocado à esquerda dos antigos Paços do Concelho, de modo a que nesse local pudessem continuar a ser corridos os touros. Com a construção do novo edifício dos Paços do Concelho, que iria ampliar a área de implantação do anterior, o Pelourinho foi apeado em 1847 e apenas em 1954 foi recolocado, desta vez no centro da nova praça, a atual Praça do Município. O Pelourinho de Benavente “é de muito boa pedra laurada, alto com os seus ferros, e grimpa, e Cruz de São Bento com suas pomas douradas, com cinco degraus a redondo da mesma pedraria” (In Tombo do Concelho, 1574). Antes de ser demolido, o Pelourinho já não apresentava a sua construção inicial, uma vez que se podia notar a ausência da grimpa, da cruz e das pomas douradas. Os ferros que ostentava, na altura da sua demolição, também não seriam os originais. Os que existiam nessa altura, eram utilizados para suster uma balança, pertença da Câmara Municipal, para pesar todas as manhãs o peixe, antes da venda a miúdo, de forma a esta poder cobrar o Imposto do Pescado (In Rui d’ Azevedo). Imóvel de Interesse Público, Decreto-Lei nº 23122 de 11.03.1933.

3. Edifício dos Paços do Concelho

O edifício da câmara foi construído de raiz para o efeito, em 1875, no local onde anteriormente se situavam os Paços do Concelho. Este edifício albergava, também, o Tribunal, a cadeia e outras repartições públicas. É uma construção de implantação retangular, definindo um quarteirão e apresenta a sua fachada principal recortada por varandas no 1º piso e janelas no piso térreo. As restantes fachadas ostentam, igualmente, janelas. A porta principal de acesso, abre num átrio lajeado com pedra e de onde parte uma escadaria central, também em pedra, que se desdobra em duas, dando acesso ao 1º piso. O edifício possui, ainda, dois pisos intermédios, um de cada lado, desnivelados entre si. Durante o sismo que abalou a vila de Benavente, em 1909, o edifício sofreu alguns danos. O desabamento do varandim que circundava o telhado e numerosas fissuras nas paredes. Quando se realizaram as obras de restauro, foi introduzido um novo elemento, que hoje é uma referência no edifício, uma torre metálica com miradouro e relógio.

4. Biblioteca Municipal de Benavente

Edifício datado do início do século XX, designado popularmente de Casa Calheiros pertenceu ao Engenheiro António Calheiros Lopes (deputado da Assembleia Nacional de 1949 a 1969). Trata-se de uma casa solarenga ribatejana, possuindo pátio e jardim murado, arcadas interiores e dois pisos de altura. Resistiu ao terramoto de 23 de abril de 1909, adquirida pelo Município, encontra-se instalada a Biblioteca Municipal de Benavente desde 25 de março de 2000.

5. Igreja da Misericórdia de Benavente

Com origem na antiga Capela do Espírito Santo, datada do século XIII, sofreu grandes alterações nos séculos XVI e XVII. Aqui esteve instalado o antigo Hospital do Espírito Santo e a Roda dos Expostos. Possui painéis de azulejo provenientes do extinto Convento de Jenicó.

6. Roda dos Expostos

Local onde se encontrava a Roda dos expostos de Benavente.

Foto: Paulo Seguro

 

A primeira referência à criação da Roda dos Expostos de Benavente surge-nos com a comunicação feita pela Junta Geral do distrito de Santarém a esta Câmara Municipal da “relação das Rodas para Expostos que devem ficar existindo em cada concelho deste distrito segundo a deliberação tomada em conformidade do Decreto de 19 de setembro de 1836”. Sendo responsabilidade da Câmara Municipal, a sua instalação foi feita em espaço afeto à Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Benavente, junto à entrada do seu antigo hospital. Ainda hoje se pode ver a estrutura da mesma inclusa numa das paredes da Igreja da Misericórdia de Benavente.

Tinha funcionários próprios, a rodeira e as amas (que se dividiam em amas de leite internas e amas de leite externas) e recebia, de forma anónima, as crianças abandonadas pelos seus pais por falta de condições para o seu sustento ou por serem o resultado de uma gravidez não desejada ou de uma relação ilícita.

O decreto de 21 de novembro de 1867 extinguiu estas Rodas de admissão anónima.

7. Cineteatro

Inaugurado em 1949, o Cineteatro de Benavente foi o espaço cultural de excelência, constituído por uma sala de espetáculos, com plateia (410 lugares), balcão, foyer e camarins, integrando ainda uma esplanada para projeção de cinema ao ar livre.

Em 2003, reabriu ao público como um equipamento qualificado e contemporâneo, salvaguardando as características arquitetónicas do edifício. A multifuncionalidade deste espaço permite a realização das mais diversas atividades que podem ir do cinema ao teatro, do bailado à música, do workshop ao recital, numa rede de equipamentos culturais, promotor do aumento e da diversidade da oferta cultural na região e garantindo o acesso para todos.

8. Praça da República

Benavente possui Foral datado de 25 de Março de 1200 e esta Praça afirmou-se, desde logo, como centro do poder medieval. Aqui, localizaram-se as primeiras Casas da Câmara e a antiga Igreja Matriz de Benavente, que foi inteiramente destruída pelo Terramoto de 1909. Em memória da sua localização inicial, foi colocado o obelisco. Desta praça irradiavam também as principais grandes vias: “Rua de Santarém”, “Rua de Évora”, “Rua de Lisboa”.

9. Museu Municipal de Benavente

O Museu Municipal de Benavente, denominado Museu Municipal Dr. António Gabriel Ferreira Lourenço, foi inaugurado em Julho de 1980, albergando uma vasta coleção de carácter etnográfico reunida ao longo de cerca de 40 anos pelo Sr. Joaquim Parracho.

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10. Fonte de Santo António

Até 1865, não havia fontes públicas dentro da vila de Benavente. A fonte mais próxima onde o povo se abastecia, a Fonte de Santo António, ficava a cerca de um quilómetro a poente da povoação. Foi neste ano que um ambicioso projeto desencadeou o encanamento destas águas até ao Chafariz do Arrabalde, mais tarde designado de Fonte de Santo António. Em 1864 e 1865, foi construída a nova fonte perto do antigo Poço Novo. A nova fonte passou a ser designada pelo nome da fonte que a alimentava, Santo António, embora ainda nos nossos dias as gerações mais velhas se lhe refiram como Chafariz do Arrabalde. Em 1951, a  conclusão da obra de abastecimento de água à vila levou o executivo municipal a decidir pela sua demolição.

Mais tarde, como resultado da vontade popular, a fonte foi reconstruída com novo projeto e reinaugurada a 15 de setembro de 1957.

11. Núcleo Agrícola/ Antigo Matadouro Municipal

O Núcleo Museológico Agrícola, criado em 2000, encontra-se instalado no antigo Matadouro Municipal de Benavente e, mais do que uma proposta de musealização de um espaço relevante no quadro do património industrial concelhio, apresenta uma exposição que assume em pleno a vivência rural desta região. A exposição conduz-nos através do calendário agrícola tradicional, iniciando o percurso nas características da Borda d’Água e seguindo por cada uma das fases de produção, cuja materialização é possível graças ao espólio presente no Museu Municipal.

O Matadouro Municipal de Benavente foi construído em 1890, seguindo o projeto definido em 1886, embora apresentando alterações significativas, nomeadamente no que respeita à diminuição da área de implantação e à redução do número de corpos que compõem o edifício. Como resultado destas alterações, o Matadouro Municipal de Benavente, ficou menor mas manteve a linguagem arquitetónica e orgânica inicialmente propostas.

12. Convento de Jenicó

Em 1542, D. Luís mandou construir o Convento de Jenicó. Este foi construído no sopé de uma pequena elevação, onde em 1626 foi construído o edifício de que hoje apenas restam algumas ruínas. Desta segunda construção, ainda podemos ver os seus muros exteriores, o arranque de arcarias e uma pequena capela, dedicada a São Baco. O Convento de Frades Arrábidos, foi construído segundo os preceitos da Ordem Religiosa a que pertenciam. A construção obedeceu a critérios de pobreza e não tinha quaisquer elementos de ostentação; possuía um só dormitório no piso superior, oficinas e uma capela. No piso inferior, tinha a casa de habitação do Infante e um pequeno claustro, cujos lados eram formados por dois arcos que assentavam numa coluna de jaspe. Nesta construção, existiam lindos painéis de azulejos, que foram retirados e aproveitados para revestir as paredes da atual Igreja da Misericórdia de Benavente.

13. Quinta da Foz

Nome derivado da proximidade á primitiva foz do rio Sorraia. A referência mais antiga é do século XV. A quinta possuía palácio com capela e praça de touros e habitações em volta para os trabalhadores. O período áureo foi quando os seus proprietários eram os marqueses de Nisa devido às grandes festas que eram dadas.

Freguesia de Samora Correia

1. Fonte dos Escudeiros

Aparece, referida, na planta da vila de Samora Correia de 1790, com este mesmo nome e está situada na única rua da vila que conserva a toponímia original. Podemos ver na própria fonte a inscrição de 1863, que se julgava ser a da sua construção. Mas dados mais recentes, vieram provar que a sua existência é mais antiga. Esta data de 1863, é a data de uma das remodelações a que a fonte foi sujeita e que lhe veio alterar a configuração inicial. Na década de 70, a Fonte dos Escudeiros foi submetida a um novo arranjo, durante o qual abriram, na sua estrutura, um nicho para a colocação de uma imagem religiosa. Ao lado da Fonte dos Escudeiros, existem umas pequenas escadas, que nos levam até um jardim, conhecido em Samora Correia, como o Jardim da Fonte. Neste jardim, construção mais recente, podemos encontrar um lago construído em 1881 pela Câmara Municipal de Benavente.

2. Fonte do Concelho

A referência mais antiga que existe da Fonte do Concelho, encontra-se nas “Memórias Paroquiais” de 1758, realizadas pelo Padre Luís Cardoso e que consistiam num inquérito dirigido a todos os párocos. Este documento refere a existência de “huma fonte chamada do concelho, que suas águas sam boas para os olhos e de que faz menção (…) medicinal”. Embora este documento, constitua a referência documental mais segura sobre a antiguidade desta fonte, as características da sua construção remetem-nos para um período muito anterior, provavelmente para o século XIV, num enquadramento de tradição românica. Muitos dizem que é de origem moura, mas isso não seria possível. Na época dos mouros, toda a margem ribeirinha a Sul do Tejo (onde está situada a vila de Samora Correia), era um ermo. Os mouros não usavam o arco quebrado nas suas construções e a posição da fonte, em relação ao Tejo Velho, permite datá-la como contemporânea da fundação da vila de Samora Correia. Está situada numa das partes mais antigas da vila, incrustada em muros e casas. É uma fonte de construção simples, que apresenta uma arco em pedra de dimensões regulares (3,5 metros de largura por 1,55 metros de altura; este arco está tapado com uma parede), abatido e teto abobadado revestido com tijolo. No interior, define-se um tanque com cerca de 70 cm de profundidade. É uma construção que não ostenta quaisquer elementos decorativos.

3. Igreja Matriz de Samora Correia

Em 1718, a Igreja existente em Samora Correia foi destruída, para dar lugar á atual Igreja Matriz, consagrada a Nossa Senhora de Oliveira, Padroeira da freguesia. A atual Igreja Matriz de Samora Correia, foi inaugurada e benzida em 1721, tendo sido mandada construir pelo Pároco Freire Henrique da Silva Araújo, da Ordem de Sant’lago da Espada. Para além de ser dedicada á padroeira, Nossa Senhora de Oliveira, consagra-se também, como monumento em honra do Apóstolo São Tiago Maior e da Ordem. A sua área coberta é de 650 m2 e o átrio vedado com gradeamento de ferro, é de 374,5 m2. Mede 14 metros, aos quais acrescentamos mais 6 metros da base das torres sineiras até ao pináculo. Os azulejos que revestem as suas paredes interiores, datam do século XVIII e fazem alusão ao Apóstolo São Tiago. Sobre um grande painel de jarras e florões de variada qualidade, desenham-se quadros da vida de São Tiago Maior, em dois maravilhosos e extensos painéis centrais, de 16 metros de comprimento por quase 2 de altura, ladeados de outros menores. A partir do século XII, São Tiago é apresentado como Apóstolo, pregando e ensinando, guerreiro geralmente a cavalo e com escudo, ou peregrino com manto, bordão, cabaça, largo chapéu e bolsa de couro presa á cintura. Só na Igreja de Samora Correia, ele aparece representado como peregrino-guerreiro, ao mesmo tempo, combatendo a pé, com hábito de peregrino e escudo de guerreiro. Os painéis estão simplesmente assinados por P.M.P.. Os terramotos de 1755 e 1909, provocaram vários danos, entre os quais o derrube de muitos azulejos, que depois foram colados á sorte e sem nexo, tendo portanto, ficado os painéis um pouco desfigurados. O altar-mor é em talha dourada, com a imagem da padroeira; do lado oposto ao da epístola, encontra-se um peque no retábulo com a imagem de Nossa Senhora do Ó. Imóvel de Interesse Público, incluindo os altares de talha dourada, os painéis de azulejo e as pinturas murais. Decreto-Lei n.º 41191 de 18.07.1957.

4. Palácio do Infantado

O Palácio da Companhia das Lezírias, atualmente designado por Palácio do Infantado, foi durante muito tempo conhecido como Palácio D. Miguel. Localiza-se no eixo central do núcleo histórico da vila de Samora Correia, assumindo-se como um dos seus edifícios mais marcantes. Datado do final do século XVIII e integrado na antiga Casa do Infantado, nele se fixa, no século XIX, a Administração da Companhia das Lezírias. O edifício manteve-se até 1976, as suas características iniciais, mas nesse ano foi devorado por um violento incêndio que arrasou todo o seu interior, reduzindo a cinzas importantes valores da história da região e do espólio da Companhia das Lezírias. Este edifício apresenta uma construção sólida, que envolve um quarteirão e se desenvolve em dois pisos. Apresenta todas as fachadas cortadas por janelas, no piso térreo, e varandas, no piso superior. O Palácio do Infantado, mesmo destruído no seu interior, permaneceu como referência patrimonial no imaginário coletivo e foi objeto de uma recuperação arquitetónica. Em 1998, o edifício foi reaberto como espaço cultural. Compreende uma Biblioteca, um auditório, galerias de exposição, etc…

5. Igreja da Misericórdia de Samora Correia

Esta Igreja teve a sua origem numa antiga Capela do Espírito Santo e data dos finais do século XV, início do século XVI, a avaliar pelos azulejos existentes no seu interior. O edifício da Igreja não conserva, no exterior, o seu traço primitivo. No inicio do século XVIII foi sujeita a uma remodelação, tendo conservado no interior os azulejos, o Cadeiral dos Irmãos do espírito Santo e o Retábulo, que ainda existe na capela-mor e que representa a Visitação de Nossa Senhora a Santa Isabel. A sua última remodelação ocorreu em 1909. A Igreja da Misericórdia de Samora Correia, está encaixada no edifício das antigas cozinhas do Palácio do Infantado. E, antigamente, estava ligada ao antigo Hospital da vila, por um quintal existente nas traseiras das suas instalações. Possui um espólio de imagens muito rico e valioso. Uma bela Pietá do século XVIII (de madeira, ricamente estofada) e o Senhor Jesus das Misericórdias do século XVII (vindo da Capela de Pancas).

6. Quinta da Murteira

Fotos: Espólio do Museu Municipal

A Quinta da Murteira é nomeada no Foral de 1510. Situada a 2 Kms da vila de Samora Correia, esta antiga quinta foi palco de grandes acontecimentos, como por exemplo as conhecidas touradas reais. Existem documentos que referem ter sido aqui, na Quinta da Murteira, que se terá realizado a “Última Tourada Real”. Foi também palco de farras no tempo de D. Miguel, havia até quem lhe chama-se a “Quinta da Maroteira”. Agora em ruínas, esta quinta parece ter sido algo de grandioso. Dizem que tinha um lindo palácio, que foi destruído pelo fogo, durante um terramoto. Podemos ainda encontrar um antigo forno, uma adega, uma casa (que parece ser a casa dos serviçais), duas piscinas, bancos de cimento (que devem ter feito parte de um jardim) e duas fontes (que vertem ainda água límpida).

7. Herdade de Pancas

A Herdade de Pancas é um dos lugares mais antigos de Samora Correia. É citada em muitos documentos do século XIV. O primeiro documento que a refere, data de 1374, quando D. Fernando a doou, como título de residência, a Álvaro Dias Sarrozeira. Pancas esteve sempre ligada a nobres. Esteve na posse de D. Fernando, 3º Duque de Bragança, que foi Senhor de Pancas até 1483, altura em que D. João II o decapitou em Évora, por conspiração contra o Rei e lhe confiscou todos os bens. Era um dos lugares preferidos da antiga fidalguia, pois está situada bem perto do Mar da Palha e de Lisboa. No principio do século XIX (1800), o Senhor de Pancas era José Sebastião de Saldanha Oliveira e Duan, filho dos Condes de Rio Maior, neto do Marquês de Pombal, e que geria a Herdade de Pancas através de administradores e apenas aparecia quando se realizavam caçadas. A Herdade pertence atualmente à família Aires de Carvalho, possui um palácio e uma capela, a Capela do Senhor Jesus da Quinta de Pancas. Em pancas forma encontrados vestígios paleolíticos, nomeadamente utensílios de pedra talhada.

8. Palhavã

Hoje está perdida na margem esquerda do Rio Sorraia, mas em tempos foi uma propriedade de grande beleza. A meia légua da vila, esta propriedade pertenceu aos Condes de Sarzedas e depois aos Duques de Aveiro. Possuía um pavilhão de caça ou paço, e uma ermida, construída em honra de Nossa Senhora da Guadalupe. Este pavilhão de caça ou paço foi mandado construir pelo Conde de Sarzedas e recebeu o nome de Palhavã por arrastamento, visto o nome estar relacionado com a família Sarzedas. Era um pavilhão magnifico com inúmeras janelas revestidas de pedra, que mais tarde foi convertido em palheiro. A ermida encontrava-se em ruínas, quando em 1941 foi destruída para que fosse construído um valado junto ao rio. Ainda restam algumas portadas e janelas, que mostram a grandiosidade da ermida.

Freguesia de Santo Estêvão

1. Igreja de Santo Estêvão

A modesta Ermida de Santo Estêvão da Ribeira já existia no século XIV. Um documento datado de 1364 atesta-o.

A Igreja de Santo Estêvão corresponde ao modelo de igrejas típicas das zonas rurais, de modesto traço arquitetónico e pequena dimensão.

Freguesia de Barrosa

1. Capela de São Brás

São Brás da Barrosa é uma pequena ermida, situada na margem esquerda do Rio Sorraia e distando cerca de 3 Km da aldeia da Barrosa, constituindo provavelmente o seu núcleo original. Em seu redor reúne-se um conjunto de casas térreas e, anualmente, na quinta-feira da Ascensão, realiza-se ali a Festa de São Brás. Instituída pelo Padre António Fernandes de Moura, tesoureiro da Igreja Matriz de Benavente, esta capela (datada provavelmente do século XV) foi a mais importante entre as várias que se encontravam vinculadas á Matriz. Estamos perante um templo despojado, de uma só nave e de planta retangular. É possível constatar no lavrado da talha, elementos que se enquadram de modo perfeito com a talha Maneirista.

2. Igreja Nossa Senhora de Fátima

Igreja dedicada ao culto a Nossa Senhora de Fátima, construída em 1947, edifício de estilo arquitetónico simples, adequado ao meio rural em que se insere. No interior possui o altar-mor, em alvenaria, com a imagem de Jesus Cristo, confessionário do início do século XX, pia Batismal e no corpo da igreja dois altares laterais de culto a S. José e a N.ª Senhora de Fátima, a padroeira.

 Museu Municipal de Benavente

O Museu Municipal de Benavente encontra-se instalado num palacete do Século XVIII, mandado construir por Francisco José Colaço Lobo, antigo lavrador e capitão-mor da vila de Benavente.

O edifício funcionou como casa de habitação até meados do século XX, altura em que foi adquirido por Dr. António Gabriel Ferreira Lourenço, para lá ser instalado o Pensionato do Colégio de Benavente. Por testamento deste, a casa foi doada à Câmara Municipal de Benavente para criação de um Museu Municipal, cuja designação deveria incluir o nome do doador. A 20 de Dezembro de 1976, foi celebrada a escritura de doação do edifício. Em 12 de Julho de 1981 viria a ser inaugurado o Museu Municipal de Benavente, com Exposição de Arqueologia “A Arte Rupestre no Vale do Tejo”. O edifício é composto por dois pisos, e originalmente possuía ainda, outras construções anexas para estábulos e armazéns, bem como um pequeno jardim, que facilitava o acesso ao exterior, através de um portão contíguo à fachada principal. Esta fachada principal ostenta varandas no primeiro piso e em baixo, uma porta com frontão de pedra. No piso inferior existe um grande átrio de entrada de onde parte, num dos extremos, uma escadaria em pedra que começa num patamar encimado por dois arcos de cantaria. Em 1983, foi construído um anexo contíguo à casa, reduzindo a área do jardim. Os traços originais do edifício nunca foram alterados, e mesmo com o violento sismo, em 1909 destruiu quase a vila de Benavente, esta sólida construção não sofreu quaisquer danos.

“O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos, ao serviço da sociedade e do seu desenvolvimento, aberta ao público e que promove pesquisas relativas aos testemunhos materiais do homem e do seu ambiente, adquire-os, conserva-os, comunica-os e expõe-nos para estudos, educação e prazer” (conceito de museu do Conselho Internacional dos Museus – ICOM).

O Museu é um espaço da memória coletiva.

O Museu é um laboratório, onde os objetos das coleções se tornam científicos e não curiosidades ou apenas objetos de decoração.

O Museu é um espaço onde todos podem ir, que recolhe, estuda e conserva os objetos que depois são apresentados em exposição. O trabalho desenvolvido pelo Museu, permite a criação de uma identidade cultural, assumindo o património num significado especial – os objetos contam-nos histórias, revelam-nos o quotidiano das pessoas, falam-nos das alegrias e preocupações doutros tempos.